Post por Manaira Araújo, autora do blog Manaira Araújo

O modo de vida do Brasil e da España são bem diferentes. A Cris Pacino já falou sobre o que os brasileiros mais gostam em Madrid e a Juliana Bezerra contou o que mais sentimos falta ao mudar de Madrid. O fato é que vivendo aqui, acabamos incorporando vários hábitos e costumes espanhóis, sendo que, se fôssemos voltar para o nosso país ou mudar para outro, seria difícil viver sem alguns deles.

Confira os hábitos e costumes espanhóis que já fazem parte da nossa vida e que gostaríamos de levar para nossos países de origem ou para outro lugar se tivéssemos que nos mudar.

• Camila Levy : “levaria a franqueza”
  (Cidade Natal: Campinas/SP – Tempo que vive em Madrid: 3,5 anos)

Além do Gin Tonic bem feito (!!), eu levaria a franqueza dos espanhóis pro Brasil. Eu não sei se consigo mais suportar escutar um “vamos ver” ou um “veja bem” e todas as desculpas que o brasileiro é capaz de dar somente para evitar ser direto! É algo que eu aprendi aqui e não vivo mais sem. Se tiver que voltar a trabalhar no Brasil acho que vou sofrer MUITO!

• Manaira Araújo: “não vivo sem pão nas refeições”
  (Cidade Natal: Belo Horizonte/MG – Tempo que vive em Madrid: 3 anos)

Já não vivo sem pão nas refeições! No início eu achava bobagem, mas comer com pão é realmente muito prático e complementa o prato, principalmente no corre corre do nosso dia a dia. Para mim já é impossível desfrutar de um filé ao ponto bem molhadinho ou algum outro tipo de carne ensopada sem pão e, com certeza, levaria isso para o Brasil ou qualquer outra parte do mundo que eu tenha que viver. Bom, mas admito que acho dispensável o pão para comer pastas  ou, claro, um bom prato com arroz e feijão!

• Juliane D´Amore: “estou ficando viciadinha é com meia taça de vinho”
  (Cidade Natal: Porto Alegre – Tempo que vive em Madrid: 8 meses)

Concordo com a Manaira, acho que não consigo mais viver sem pão nas refeições! Não importa qual seja o cardápio, já providencio esse complemento que não pode faltar e toda a família curte. E outra coisa que estou ficando viciadinha é com meia taça de vinho, no almoço e no jantar. Pra acompanhar o pão!!

• Larissa Andrade: “se tivesse que levar algo seria a tortilla de patatas“
  (Cidade Natal: São Bernardo/SP – Tempo que vive em Madrid: 5,5 anos )

Acho que se tivesse que escolher só uma coisa, seria o jamón, mas sei que ele é praticamente um artigo de luxo no Brasil. Por isso, se tivesse que levar algo simples, seria a tortilla de patatas. Já não sei viver sem e posso comer a qualquer hora do dia (ou da noite). Outra coisa que eu “levaria” para o Brasil é o costume de caminhar. Antes, fazia tudo de carro e aqui vivo sem carro desde que cheguei e adoro. Claro que o transporte público eficiente ajuda muito, mas é possível fazer muita coisa caminhando.

• Sandra Brockson: “não vivo sem o segundo café da manhã”
  (Cidade Natal: São Carlos/SP – Tempo que vive em Madrid: 6 anos)

Eu já não vivo sem o segundo café da manhã. Adoro o hábito de tomar um café com alguma coisa no que ele consideram a metade da manhã. Pode ser em casa ou pode ser na cafeteria, pode ser sozinha ou com as amigas e não precisa ser no final de semana. Se for uma torrada com jamón melhor ainda! Também não sei se viveria sem a sinceridade espanhola, como já disse a Camila. Demorei para entender que não é grosseria dos espanhóis, é ser direito e sem rodeios. Se não podem ou não querem, te dirão na lata e na hora, é uma economia de tempo. Adotei os dois.

• Cristina Pacino: “sem dúvida é o chuveiro com caldeira”
  (Cidade Natal: São Paulo/SP – Tempo que vive em Madrid: 12 anos)

Eu já tinha pensado numa coisa, e lendo o que a Camila escreveu, levaria também a franqueza e o discurso tão direto dos espanhóis. Pra mim também é bem mais fácil de se viver e de se entender assim. O que eu levaria da Espanha sem dúvida é o chuveiro com caldeira de aquecimento central ou individual. Sei que nas construções recentes no Brasil, de uns 15 anos pra cá, já não tem chuveiro elétrico, e defendo o direito de poder decidir a temperatura do meu banho 🙂  E o barulho que a gente ouve no banheiro é o da água caindo, e não o da resistência do chuveiro. Ainda mais o brasileiro que gosta tanto de tomar banho…

• Suzana Paquete: “levaria coisas que não sei se funcionariam”
  (Cidade Natal: Curitiba/PR – Tempo que vive em Madrid: 12 anos)

Eu levaria coisas que não sei se funcionariam…como a pontualidade do transporte público. Na Europa dá pra saber certinho a hora que você vai chegar em um compromisso, porque o Google Maps diz que o teu ônibus vai chegar em 6 minutos e fará 5 paradas até chegar ao seu ponto de descer, e que o tempo total de deslocamento será de 20 minutos, por exemplo. E isso serve também para o metrô e trem. Já no Brasil….é por isso que lá ninguém chega na hora, porque essas coisas são “orientativas”, enquanto que aqui são “normais”, são a regra, e não a exceção. Mas acho que um bom GPS nos ônibus e uma tela no ponto de ônibus com esses horários ajudariam muito. Ah sim, poder tomar banho na temperatura que EU escolher (e não a que o chuveiro decidir), como diz a Cristina, é maravilhoso! 😉

• Paula Amaro: “saio do trabalho sem culpa para estar com meus filhos”
  (Cidade Natal: Aracajú/SE e Rio de Janeiro/RJ – Tempo que vive em Madrid:  6 anos )

Se tem uma coisa que sou grata aos espanhóis é ter aprendido a viver com mais qualidade de vida, dando menos importância ao trabalho e priorizando a vida pessoal. Os espanhóis não passam horas e horas no trabalho e férias são sagradas. Confesso que demorei uns dois anos a mudar o chip, mas hoje saio do trabalho sem culpa às 17hs para estar com meus filhos.

E você se identifica com os hábitos e costumes espanhóis que já não podemos viver sem? Quais são os seus? Confira também o post sobre curiosidades de viver em Madrid.