Por que me apaixonei por Madrid?

Guest post da Joana Tiso, do blog Entre Tapas Y Cañas

Conheci Madrid quando tinha oito anos e nunca mais tirei a cidade da cabeça. Foi aqui meu primeiro intercâmbio, aos 22. Madrid esteve em todos os roteiros que fiz pela Europa desde então. Até que em 2016, quando eu já não me imaginava morando longe do Cristo Redentor, vim de mala e cuia para Madrid, num daqueles movimentos inesperados da vida.

O propósito desta longa introdução é sublinhar o quanto Madrid é impactante e inesquecível. Talvez não seja de cara, naquelas viagens rápidas e cheias de deslocamentos. Mas é para quem decide desbravar a cidade no seu dia a dia, sem roteiros fixos nem correria.

Minha missão aqui é destacar as características de Madrid que me deixaram apaixonada – e, quem sabe, te convencer a encaixar a cidade que nunca dorme na próxima viagem. Madrid é muito mais incrível do que você imagina, pode acreditar.

Madrid plural

Puerta del Sol - Joana Tiso - Entre tapas y cañas
Foto: Joana Tiso

Madrid abrigou com enorme sucesso o World Pride 2017 (Festa do Orgulho LGBTIQ) e aproveitou para mostrar ao mundo sua faceta acolhedora, tolerante, inclusiva e livre. E, num momento em que países e capitais da Europa fecham a cara para os imigrantes, a capital está mais multicultural e inclusiva do que nunca.

Palacio de Cibeles - Joana Tiso - Entre tapas y cañas
Foto: Joana Tiso

Nos últimos anos, Madrid abriu suas portas para os refugiados, instalou sinais de trânsito com imagens de mulheres e de casais do mesmo sexo, apresentou um rei Baltasar negro – sem blackface pela primeira vez – e com trajes tipicamente africanos na tradicional Cabalgata de los Reyes, entre outras transformações que dão cada vez mais pluralidade à capital.

Tabacalera - Joana Tiso - Entre tapas y cañas
Foto: Joana Tiso

Para quem vem a Madrid e quer explorar seu lado multicultural, sugiro um passeio por Lavapiés, que acolhe imigrantes de todos os cantos. O bairro é cheio de ruas politizadas e coloridas – não há região com mais arte urbana – e de centros culturais okupados e autogerenciados. Dica: faça um tour gastronômico pelos restaurantes étnicos de Lavapiés e aproveite para conhecer sabores do mundo todo (em geral, por um preço bem simpático).

Madrid festeira

Joana Tiso - Entre tapas y cañas
Foto: Joana Tiso

Além de multicultural, Madrid é festeira e boêmia. Sua vida noturna é intensa e insuperável – nem mesmo por Barcelona. A Espanha tem a maior proporção de bares por habitante do mundo. Bebe-se muito por aqui e a capital não foge à regra. Madrid, por sua vez, é a cidade com mais bares do país, embora não seja a com maior quantidade de locais por pessoa.

Cerveja - Joana Tiso - Entre tapas y cañas
Foto: Joana Tiso

Solo en Antón Martín hay más bares que en toda Noruega” é uma frase famosa por aqui. E não é exagero. Na zona entre Atocha e Antón Martín, com cerca de 500 metros de distância, você encontra mais bares do que na Noruega e seus 390 mil quilômetros quadrados de extensão. Ao menos é o que se conta por aqui há décadas. Esta história eu escutei pela primeira vez ainda criança, nos anos 80.

Há muitas zonas boêmias em Madrid, com ruas tomadas por bares, como a Cava Baja, em La Latina, a Calle Ponzano, em Chamberí, a Calle Echegaray, no Barrio de las Letras, e a Calle Argumosa, em Lavapiés. Não faltam opções. Mesmo. Para quem curte boate, desejo energia e disposição. Muitos locais só enchem por volta das 3h da madrugada e fecham as portas pela manhã.

Ah, o céu de Madrid

Céu de Madrid - Joana Tiso - Entre tapas y cañas
Foto: Joana Tiso

O que mais me impactou quando cheguei a Madrid pela primeira vez, lá em 1989, foi o céu. Às vezes colorido, mas quase sempre muito azul. Um azul intenso e peculiar. Os dias cinzas são raros por aqui. Ninguém leva muito a sério quando digo que uma das minhas razões para morar em Madrid é a luz e a cor do céu. É verdade, te juro.

O céu daqui é bonito a todo instante, mas fica especialmente maravilhoso quando ganha novas cores durante o pôr do sol. Minha dica número um em Madrid é olhar sempre para cima, principalmente no fim de tarde.

Temblo de Debod - Joana Tiso - Entre tapas y cañas
Foto: Joana Tiso

Não deixe de incluir no roteiro o Templo de Debod, que foi um presente do Egito para a Espanha e abriga o pôr do sol mais fotogênico da capital. Saindo do centro rumo a Vallecas, você vai encontrar outra lindeza – neste caso, pouco explorada pelos turistas. Do Cerro del Tío Pío, mais conhecido como Parque de las siete tetas, é possível ver boa parte da cidade e de seus edifícios emblemáticos sob o céu azul de Madrid.

E você, como e por que se apaixonou por Madrid? Compartilhe a sua história de amor também! =)

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