Nevada em Madrid

Quinta, 7 de janeiro. Enquanto as crianças ainda brincavam com os presentes trazidos pelos Reis Magos, a neve começou a cair em Madrid, por volta do meio-dia e pararia no fim da tarde. No dia seguinte, porém, a neve recomeçou e só terminaria vinte e nove horas depois, dando origem à maior nevada em Madrid em décadas!

As blogueiras brasileiras não poderiam deixar de contar para vocês como viveram tudo isso.

Vivi – Viaje com Vivi

A nevasca aqui em Valdemorillo chegou pesada no final de semana. Começou meio tímida até que transformou a nossa casa em um lindo winter wonderland.

Pra nós, foi a primeira vez que curtimos tanta neve na cidade de Madri. Brincamos bastante com nossa cãozinha que ama neve e se esbaldou!

O lado chato da neve estamos passando agora com dias mais frios, pois há muitos pontos de gelo e temos que ter cuidado dobrado ao andar pelas ruas.

Além da neve, as temperaturas durante a madrugada tem atingido entre -4ºC a -11ºC graus e com isso o frio também está pesado nesta época.

A nevasca Filomena está sendo um marco na Espanha neste ano de 2021.

Camila – Con Su Lado de Ca

Estava de férias esperando para saber se a Comunidade de Madrid seria novamente aberta, e tentaria ir pra Galícia no dia 7 de janeiro, quinta-feira. Nesse dia não só Madrid não abriu como a Galícia fechou… e foi anunciado que a minha zona básica de saúde também seria confinada. Pensei: OK, vou curtir as férias por aqui mesmo.

E foi quando no dia 8, BOOM, Filomena veio com TUDO! Moro no décimo andar e vi como a neve estava sendo depositada numa velocidade incrível. É muito difícil ver a neve durar tanto tempo em Madrid, mas pela quantidade que caiu de uma vez, foi o que aconteceu.

Saí pra caminhar no sábado e fiquei admirada com a beleza, mas também com a devastação. Muitas árvores caídas e a certeza de que iam demorar muito tempo pra limpar a bagunça (uma semana depois e meu bairro ainda está debaixo do gelo). No domingo, já vi as principais avenidas serem abertas, porém não tive nem como tirar o meu carro da garagem, que também seguiu debaixo do gelo por muitos dias.

Aos poucos, os mercados voltaram as ser abertos e abastecidos, mas eu mesma tive que ir em um mercado fora da minha zona de saúde porque simplesmente não consigo chegar onde teoricamente “posso ir” e, mesmo que se chegasse, é bem provável que esteja bem vazio, já que não passam carros e caminhões no bairro que possam trazer produtos frescos!

Eu vivi no Canadá e nunca passei perrengue desse jeito. Lá as cidades já são preparadas com sal e máquina de remover a neve das ruas e calçadas. Mas aqui em Madrid, não existe essa capacidade… Eu gosto da neve, mas quando podemos conviver bem com ela, não com esse caos que foi deixado! Espero que as temperaturas subam logo para poder auxiliar a cidade na recuperação!

Manaira – blog Manaíra Araújo

Antes da borrasca Filomena chegar, os noticiários não falavam de outra coisa. Eu via na previsão de tempo que ia nevar e ficava feliz, mas não tinha ideia do que realmente era a nevasca.

Na sexta-feira, 08/01, quando a borrasca começava, depois do trabalho, por volta das 16:30 fomos ao supermercado. Quase não conseguimos voltar para casa! Muito vento e neve na estrada, se tivéssemos demorado uma ou duas horas mais, acho que não poderíamos voltar.

Apesar do frio, as temperaturas chegaram a -10ºC, gostei da experiência de ver uma neve de verdade. Fiz boneco, tentei fazer o anjo, brincamos com a cachorra, passeamos. A paisagem ficou linda! No sábado e no domingo, mal dava pra abrir a porta de casa, imaginem sair! Ainda bem que tínhamos uma pá pra abrir caminho! A paisagem do pueblo ficou bem bonita, com as ruas e as montanhas todas brancas.

Na segunda, a neve parou, mas as temperaturas continuavam baixas e a neve, agora gelo, não ia embora; e até quarta-feira, era impossível sair de carro. Ainda bem que trabalho de casa e que fomos ao supermercado antes!

Aqui não foi tão caótico como aconteceu em Madrid, já que o pueblo é pequeno. A prefeitura contou com a ajuda dos agricultores para tirar o gelo das ruas e muitos moradores colocaram a mão na neve com as suas pás. Passada uma semana, apesar do Sol durante o dia, as temperaturas seguem abaixo de zero pela noite e ainda há muito gelo.

Juliana – Rumo a Madrid 

Sempre achei neve bonita no cartão-postal e Filomena apenas confirmou minhas expectativas.

No primeiro dia foi bonito ver os flocos descendo do céu, num silêncio pacífico. No segundo, sexta-feira, a nevada aumentou e não parou até o dia seguinte. Foram 29 horas caindo neve em Madrid.

Nunca fui à montanha esquiar, e por isso, não tinha botas ou roupas apropriadas. Um dia antes os lixeiros já não tinham passado e os detritros se acumulavam. Sábado de manhã estava tudo branco, as ruas intransitáveis, mas todo mundo saiu para brincar e vários para esquiar. Em todas as esquinas nasceram bonecos de neve que eram verdadeiras obras de arte.

Dentre aqueles que curtiram a neve estavam os cachorros que, infelizmente, têm donos mal educados e não recolheram as “marcas” que os totós deixam. Sem falar na urina! Assim, dava pra ver que a neve ficava amarela e marrom em tons bem suspeitos.

Diante de tantas fotos espetaculares de Madrid nevada, até me passou por dois segundos ir ao centro, mas descobri que seria impossível, pois as três estações perto da minha casa fecharam. Isso se eu conseguisse caminhar até lá!

De tarde, a coisa piorou, pois vários galhos não aguentaram o peso e quebraram; e a neve acumulada nos telhados começou a deslizar. Recebi a típica mensagem alarmista por grupos de Whatsapp que recomendava limpar a neve enquanto ela estivesse fofa, pois em breve se tornaria gelo. Dessa vez, parecia coerente e começamos a tirar a neve que se havia juntado às janelas para evitar acidentes.

Domingo, amanheceu com jeito de ressaca. Sabe quando a banda para de tocar ou quando amanhece a quarta-feira de cinzas? Mesma sensação! Os bonecos de neve eram caricaturas grotescas, os blocos de gelo caíam e os galhos se misturavam à neve. Agora, já não mais branquinha e sim marrom-amarelada e com lixo misturado.

Entre Filomena e praia, sempre vou preferir Itacoatiara!

Andrea – Descubra Madrid

Quando vi a previsão de neve para Madrid durante três dias, confesso que fiquei feliz e na esperança de ver a cidade coberta de neve como foi em 2010. Não pensava que seria nessa proporção.

No primeiro dia, nevou intensamente  ao final da tarde, desci para ver se havia acumulado neve. Estava tudo branquinho no parque próximo da casa! Foi muito legal, havia famílias passeando outras com trenós descendo pelas  “pistas de esquis” improvisadas. Fizemos bonecos de neve, demos uma volta completa pelo parque e as luzes noturnas já estavam acesas… havia um ambiente muito bom!

Voltamos para casa depois de duas horas de diversão, já com o desejo de neve realizado.

No dia seguinte, havia muito mais neve, foi quando me dei conta de que a situação era uma inédita, bem diferente de 2010.

No sábado de manhã, terceiro dia de neve, desci, porque queria fazer algumas fotos para minhas redes sociais.  Foi uma nevada histórica. Passeamos pelas ruas, estava tudo branco, aproximadamente uns 50 cm de neve.

A Filomena cobriu a cidade de branco. Logo após três dias de neve intensa, veio o frio extremo, aí quando realmente começou o caos, a cidade estava congelada, as ruas estavam intransitáveis, as aulas não podiam retomar aos colégios, as crianças em casa, não podíamos usar o carro, tínhamos que utilizar o transporte público para deslocamento e, em tempo de pandemia, era tudo que queria evitar.

Novamente estávamos confinados.  Os supermercados desabastecidos, alguns com falta de água e outros com falta de luz. No meu caso, não tive nenhum tipo de desabastecimento, mas reconheço que Filomena trouxe o caos para muitas famílias.

Martina – The Get Away

Como da água para o vinho, voltei para Madrid no final de dezembro, depois de uma longa temporada no litoral da Espanha. O frio, por si só, já seria uma grande mudança na minha vida, mas mal sabia o que estava por vir: a nevasca chamada Filomena.

Nos quatro anos que vivi em Madrid, tive a oportunidade de presenciar poucos dias de neve na cidade. Normalmente caem floquinhos por poucos minutos e logo está tudo derretido, como se nada tivesse ocorrido. Desta vez foi diferente e, no final das contas, considero que tive sorte de estar por aqui e acompanhar esse momento histórico.

Poucas horas antes de começar a cair neve na sexta-feira, terminei de levar minha mudança para um armazém e, assim, mais leve de corpo e alma pude aproveitar meus últimos dias na cidade como uma verdadeira turista.

No final de semana, aproveitei para passear pelas ruas do centro e ver a cidade pintada de branco. A paisagem era impressionante e as pessoas estavam muito felizes nas ruas, como verdadeiras crianças. Tive a sensação de que a Filomena, em seus primeiros dias, trouxe um “suspiro” de alegria para os madrilenhos depois de um ano difícil.

Não cheguei a acompanhar o “impacto negativo” da neve, pois na segunda-feira embarquei novamente para o litoral. E acompanho de Málaga as notícias e torço para que a cidade possa retomar seu ritmo normal.

LarissaEsto es Madrid, Madrid

Ao contrário do que muita gente pode pensar, não neva na Europa inteira e em Madrid é pouco comum. Em nove anos aqui, só havia visto nevar uma vez e ela nem chegou a acumular no chão! Da outra vez que nevou um pouco mais, em 2018, eu estava na Bélgica e fiquei super frustrada de não ver Madrid branquinha.

Como já aconteceu várias vezes de a previsão colocar neve e não rolar, eu estava um pouco cética, mas na quinta-feira, quando a neve começou a cair, já fiquei super empolgada. Fomos até o parque do lado de casa tirar fotos para aproveitar o momento, mas nem imaginávamos que seguiria nevando muito nos dois dias seguintes.

No sábado, fomos ao centro e tiramos muitas fotos. Acho que foi uma oportunidade única! Apesar de não ter roupa ou acessórios adequados para tanta neve, improvisamos e não tivemos problema. Por sorte, durante a semana estava trabalhando de casa e pude evitar deslocamentos e os efeitos negativos da Filomena, que paralisou a cidade.

Acho que se imaginássemos o caos que ela traria, não teríamos ficado tão felizes nos dias que nevou, mas, por outro lado, fazia muito tempo que não via os olhos das pessoas brilhando nas ruas. Caminhando, ouvi mais de uma pessoa dizer: “isso não parece real, parece que estou sonhando!”. E foi assim que me senti também!

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