Madrid é uma cidade com uma quantidade de estátuas incontável. Elas estão por todos os monumentos, palácios, praças e jardins. Mas há algumas delas que são esculturas humanas bem parecidas fisicamente com pessoas comuns como eu e você. Essas têm a nossa altura, nosso aspecto, e por isso a identificação e simpatia pelos novos amigos de bronze é quase instantânea!

É difícil manifestar um carinho especial por estátuas de reis a cavalo ou até pelo Anjo Caído, no parque do Retiro, mas essas a que me refiro dá vontade de interagir com elas. E o melhor é que elas não estão em lugares de destaque, como todas as outras figuras históricas e mitológicas em cima de pedestais. Elas estão escondidas em uma esquina, no meio do seu caminho, em lugares onde já se integraram tão bem que se tornaram familiares para quem vive na cidade.

Confira a pequena rota dessas estátuas humanas e perca-se pelas ruas menos óbvias de Madrid!
O varredor
Essa estátua fica na praça Jacinto Benavente, a uma quadra da Puerta del Sol. A figura que se vê é a representação do varredor mais veterano e conhecido de Madrid nos anos sessenta, Jesús Moreno. A peça, feita em bronze no ano de 2001, é uma homenagem ao trabalho desses profissionais para manter a cidade limpa.

Julia
Essa jovem pode ser encontrada encostada na parede da Calle Pez, quase esquina com a Calle San Bernardo, no bairro de Noviciado. Conta a história que ela foi a primeira mulher a estudar em uma universidade, em uma época em que isso só estava permitido aos homens. Como ela fez para burlar o sistema? Simples: ela se vestia de homem e assim pôde ir à Universidad Central daquele bairro no século XIX. Essa homenagem foi instalada em 2003.
A grunge
Outra jovem imortalizada em uma estátua parece que está caminhando no meio do bairro de Malasaña, mais concretamente na Plaza de San Ildefonso. Com o cabelo solto, um casaco, botas e uma mochila, ela representa o perfil dos que circulavam pela região entre as lojas de tatuagem, os bares e a estética dos anos noventa. A obra é de Rafael Gonzalez e se mistura à história do centro de Madrid desde 1996.

O vizinho curioso
Quem desce a Calle Mayor em direção ao Palácio Real vai notar uma estátua que está apoiada em um guarda-corpo que protege as ruínas da antiga igreja da Almudena, que se vê através do vidro. O homem, de meia idade, faz cara de poucos amigos. Não há quem não pare e tome uma foto com ele depois de conferir pra onde é que ele estava olhando. O autor da escultura é Salvador Fernández Oliva.

O homem sentado
A pequena Plaza de la Paja também abriga a estátua de um senhor careca que lê um jornal sentado, confortavelmente, num banco. No jornal há uma manchete que vai ser sempre atual, já que Madrid está sempre em obras: “entre todos reabilitamos Madrid”.

Suzana Paquete é jornalista e blogueira de viagens. Ela aprende o que o mundo ensina e conta tudo no blog That Good Trip, incluindo suas experiências no apaixonante Caminho de Santiago, suas aventuras por Madrid e outras viagens incríveis.
Adoro estas estátuas! Não conhecia a ‘grunge’, há muito tempo que não passo por Malasaña e acho que nunca reparei nela…
Da última vez que passei pela Júlia, ela tinha a zona do peito bastante polida… Igual que ‘o vizinho curioso’ tem o rabo bem brilhante! A saber porquê 😉 ahahahah
Já dei espaço pro varredor passar e passei a mão na bunda do vizinho curioso… quem nunca?
Da próxima vez que for para Madri, vou conhecê-las com certeza. Obrigada, texto muito gostoso e esclarecedor!