Mulheres viajantes

Quem nunca sonhou em colocar a mochila nas costas (ou pegar a mala de rodinhas, dependendo da sua preferência) para descobrir o mundo? Mas você já pensou ou fez isso sozinha? Nesse post, algumas  integrantes do BLPM falam de suas experiências como mulheres viajantes em carreira solo.

E somos cada vez mais! Segundo o Ministério do Turismo do Brasil, 17,8% das mulheres preferem viajar sozinhas – número que vem crescendo a cada ano e  que supera o declarado pelos homens (11,8%). A principal motivação para as brasileiras é o desejo de viver novas aventuras, independentemente de ter companhia. Nós te incentivamos a fazê-lo e contamos porquê!

Larissa – Esto es Madrid, Madrid

Viajar sozinha nunca foi algo que me deu medo, já que em casa sempre fui incentivada a fazê-lo. Quando tinha 9 anos, peguei meu primeiro voo sozinha para ir visitar meus avós no Piauí e lembro de contar isso na escola para os meus amigos como um grande feito. Aos 19, fiz minha primeira viagem internacional e fui sozinha. Passei pela cidade espanhola de Santander (onde morava meu primo) e depois vim a Madrid e fui a Londres, cidades em que estava sozinha.

Naquela época nem tinha smartphone nem internet em qualquer lugar. O jeito era consultar o mapa de papel e ir pedindo informações na rua. Lembro de, durante a viagem, sentir certa angústia por estar sozinha em outro país, falando idiomas que não eram o meu. Mas, ao voltar para o Brasil, descobri que essa experiência havia me transformado de alguma maneira. De lá para cá, o desejo de descobrir o mundo (sozinha e acompanhada) só cresceu. Viajar sozinha tem suas desvantagens, claro, mas eu diria que os ganhos são muito maiores e que costuma ser uma experiência bastante enriquecedora.

Martina – The Get Away

Como toda blogueira de viagem, eu adoro viajar. Dedico horas pensando em cada detalhe do roteiro e costumo ler a experiência de outros viajantes para me inspirar e, neste sentido, já digo de antemão, sigo muitas mulheres que se aventuram pelo mundo sozinhas.

Apesar de ter muita vontade de seguir esta tendência, ainda não coleciono muitas histórias neste sentido. Minhas poucas experiências de viagens sozinha foram ou a trabalho ou para fazer algum curso. E nestes casos, quase não posso considerar, já que a programação costumava ser tão pré-estabelecida, que quase não havia brechas para me aventurar.

Por outro lado, uma das experiências mais legais que tive aqui na Europa foi uma viagem que fiz para Paris. Inicialmente não foi uma viagem que planejei ir sozinha, mas em virtude de questões de trabalho, me desloquei para Cidade Luz dois dias antes do Diego aterrissar por lá. Nestes dois dias fiquei num hostel e tive a oportunidade de curtir a minha própria companhia, fazer os planos do meu jeito e conhecer a cidade no meu ritmo. Foi uma delícia! E apesar de Paris ser um ótimo destino para uma viagem a dois, a oportunidade de ter um tempo só para mim, transformou esta viagem em uma lembrança muito especial.

Suzana – That Good Trip

Viajar sozinha é algo que está mais do que testado e aprovado pela minha pessoa. Cansei de tentar convencer amigos a fazer certas viagens comigo e, na hora H, ver que eles desistiam. Nunca deixei de seguir em frente, sozinha, e ver que foi a melhor opção – muito melhor do que não ir. Uma das viagens mais marcantes foi São Petersburgo e Rússia. Foi bem difícil me comunicar com os locais pra perguntar coisas tão simples como pra que lado tinha que ir dentro do metro, mas ao chegar no hostel meus problemas acabavam. Sempre ficava na sala onde os hóspedes se reuniam e tentava puxar papo. Em Moscou me uni a um grupo que no dia seguinte ia visitar o Kremlin. Éramos italianos, australianos, americanos e eu a única brasileira. De noite ainda saímos de festa! E, em São Petersburgo, cheguei de trem na tarde do dia 31 de dezembro e já me uni às meninas do meu quarto pra curtir a virada do ano juntas, com direito a champanhe e fogos de artifício na frente do Hermitage. Foi uma virada de ano inesquecível!

Camila – Con Su Lado de Ca

Camila na sua primeira aventura de mini-mochileira em Paris

Viajei sozinha MESMO pela primeira vez, ao vir pra Espanha a trabalho em 2009, quando tive a oportunidade de passar um fim de semana em Paris. Eu tinha 24 anos e pouca grana, mas deu pra aproveitar! Lembro de morrer de medo de ir pro aeroporto de transporte público, pegar um voo da Ryanair até Beauvais e depois um busão pra Paris! Na época não tinha Google Maps nem WhatsApp e eu levei tudinho anotado num papel… tirei as informações de um blog de viagens (pasmem!) com dicas imperdíveis sobre a cidade.

Lembro de ter andado muito por lá, e fiz amizades pela rua: o tio do crepe, o concièrge do hotel, o moço do McDonalds etc. A bateria do meu celular descarregava muito fácil e eu lembro de entrar numa lan house pra avisar minha mãe que eu estava viva!

Eu amo viajar sozinha por poder seguir meus passos onde eles querem dar… recomendo muito essa experiência em países seguros para isso. Infelizmente mulheres precisam ter certo cuidado em alguns lugares do mundo. (Não é o caso na Europa!).

Cristina – Aqui se fala português

Castelo dos Mouros, Sintra. Se o vento te descabela, descabele-se!

Aqui no BLPM amamos viajar. Eu também sou das que adora viajar sozinha. Tenho algumas experiências “na mochila”: lá no Brasil fazia muito bate e volta para a praia sozinha, levava meu bodyboard e ficava horas e horas na água. Aqui na Europa, além de ir pra Inglaterra e Portugal, viajei para alguns lugares na Espanha, aqui pertinho, tipo a Sierra de Guadarrama (vulgo Serra de Madrid), Toledo, Segovia, Cuenca, Salamanca, e mais longe Córdoba, Sevilha, Galicia, Málaga, Catalunha, e o Caminho de Santigo de Burgos até Finisterre. A viagem que quero contar é a de Portugal, 2007.

Era uma vez um fim de semana prolongado em Madrid, “puente de la Constitución“, reservei meu albergue em Lisboa e lá fui eu, 9 horas de trem e vontade de explorar a cidade, com tempo pra estar comigo mesma e pra curtir. No albergue dividi o quarto com uma argentina que estava sozinha e 2 amigas, uma inglesa e uma alemã, que moravam em Andaluzia, e só falavam inglês. Foi uma experiência muito interessante porque éramos muito livres, nos entendíamos super bem na hora de cada uma ir passear por sua conta, e também quando alugamos um carro juntas e fomos passar o dia em Sintra. Foi uma delícia e repeti a outros lugares.

Em cada uma das viagens fui aprendendo: que sim podemos viajar sós, que nossa própria companhia é uma delícia, que não temos que fazer amizade sempre só porque estamos sós, aprendi a ser mais tolerante, a escutar ativamente, a ver a beleza nas coisas pequenas e simples, a comemorar cada café da manhã, e uma listinha boa que compartilhei neste post aqui sobre viajar com a mochila nas costas.

Recomendo muito que qualquer pessoa viaje sozinha. Viajar é uma fonte de aprendizado e desfrute de experiências. Viajar só é isso tudo somado a descobertas individuais, que fazem com que o/a viajante queira mais e mais. Viajar só é engrandecedor.

Joana – Entre Tapas y Cañas

A principal vantagem de viajar sozinha é poder fazer o que der na telha e seguir tão somente o seu ritmo. Eu, por exemplo, não gosto de acordar cedo e não curto um turismo frenético com mil programas no mesmo dia. Prefiro escolher alguns poucos lugares, caminhar com calma, descobrir cantos mais locais e sentar para tomar uma cerveja ou um vinho sem pressa. Isso não quer dizer que eu não goste de viajar acompanhada. Pelo contrário. A questão é que eu não abriria mão da viagem se estivesse só (apenas no caso de destinos com culturas mais machistas e onde eu não me sentisse segura). Deixar o roteiro com a sua cara tem vários pontos positivos e eu aconselho.

A maioria das viagens que fiz sozinha foi para estudar – aqui em Madrid e em Londres, por exemplo. São duas cidades que podem tranquilamente entrar no seu roteiro, porque oferecem uma ampla oferta de cultura e lazer, têm um bom (e fácil) sistema de transporte público e são seguras. Também indico uma viagem desacompanhada por outras cidades da Espanha, como Barcelona e Sevilha (onde eu tirei esta foto), e por Portugal.

 

Um comentário sobre “Mulheres viajantes

  1. #Mulheres# BLPM’errr – vcs são demais , deixo aqui meus parabéns para cada uma de vcs…
    Eu tbm ja tive algumas experiencias de “viajar só” e sabe oq? É DEMAIS!!

    @feliz dia das mulheres@

    Marta Arnoso

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